3 de abr. de 2017

Chutar o balde, todo mundo chuta. Difícil é pegar a vassoura e ajudar na casa.

É difícil, sim. 
Oferecer ajuda de verdade, pensar junto, fazer pelo outro mais do que apenas criticá-lo é tarefa dura, trabalho pesado. 
Em pleno século 21, tem gente achando bonito ser truculento, mal educado e inconveniente em nome de um pretenso e duvidoso desejo de ajudar.
Você sabe como é fácil chutar o balde, né? 
Vê quanta gente assanhada pra ver o circo pegar fogo? 
É tanta boa intenção infernizando a vida alheia, tanto bom-mocismo apontando o dedo, plantando cizânia e puxando o tapete, tanto vigarista disfarçado de salvador da humanidade que os canalhas deviam se preocupar: eles estão perdendo mercado.
Do nada, toma forma na sua frente um sujeito qualquer e anuncia: “agora eu vou chutar o balde”. 
E dá-lhe esculhambação, clichês medonhos, chavões idiotas em nome da moral e dos bons costumes. 
Dá-lhe hipocrisia cuspida em nossa cara por alguém que se acha perfeito e não tem o menor pudor em julgar quem quer que seja.
Cá entre nós, chutar o balde todo mundo chuta. 
Duro é passar a mão numa vassoura e ajudar na limpeza da casa. 
Apontar o dedo é fácil. 
Estender a mão é que são outras.
A questão é: quem tem tanto tempo para cobrar qualquer coisa dos outros bem podia gastar um minuto ou dois pensando no que fazer para mudar o que acredita estar errado. Fazer e não cobrar somente. 
Realizar e não tagarelar. 
Corrigir e não julgar. 
Dar o exemplo e não um pontapé no balde.
Quem fala sem ouvir e age sem pensar mais atrapalha do que ajuda. 
Chutar o balde e sair andando, sem a menor disposição de arrumar a bagunça que vai deixar na casa alheia não é ser voluntarioso nem comprometido. 
É ser um canalha em pele de gente boa.

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